quarta-feira, 5 de maio de 2010

Projeto mapeia impactos de mudanças climáticas no Rio e em São Paulo

NEPO AVALIA VULNERABILIDADE DE METRÓPOLES EM TRABALHO FEITO EM PARCERIA COM INPE

Um projeto do Núcleo de Estudos da População (Nepo) da Unicamp, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), está identificando nas duas maiores metrópoles brasileiras, São Paulo e Rio de Janeiro, os lugares mais vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas causadas pelo aquecimento global. Relatório preliminar apresentado no Workshop do Painel Internacional sobre Megacidades, Vulnerabilidade e Mudança Climática Global, realizado nas duas cidades nos dias 26 e 27 de novembro, apontou que o ponto mais crítico no Rio de Janeiro está nas lagoas Rodrigo de Freitas e nas Baías de Guanabara e de Sepetiba, ao passo que em São Paulo está na ocupação do leito dos rios Tietê e Pinheiros.

Os estudos são coordenados na Unicamp pelo professor Daniel Hogan, responsável pela Área de População e Ambiente, e no Inpe pelo professor Carlos Nobre. Tal atividade mantém vínculo com a Rede Clima, criada pelo Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) em 2007, e tem no total dez sub-redes, entre as quais a denominada “Cidades”. A primeira reunião da rede aconteceu no mês passado no Nepo e teve a participação de cerca de 20 pessoas e de representantes de uma dezena de instituições do país.

O aumento da temperatura, constatado pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), já começa a dar mostras de que está afetando o Rio de Janeiro. Segundo especialistas, por si esta elevação não seria tão impactante não fosse a sua associação com os eventos de chuva mais intensos e que podem alcançar em cheio as partes mais baixas da cidade. Trata-se de uma situação caótica e já com diversos eventos decorrentes das mudanças naturais. Com o aquecimento global, as mudanças tendem a se intensificar. “Os governos do Rio de Janeiro e de São Paulo não estão preparados para enfrentá-las em curto prazo”, declara a arquiteta e urbanista Andrea Young, autora principal do relatório e pesquisadora do Nepo.

Mais informações: www.unicamp.br

Fonte:  Scientific American Brasil