quarta-feira, 5 de maio de 2010

Aquecimento Global

Temperatura do planeta foi recorde em março

As temperaturas globais – estimuladas pelo fenômeno El Niño – alcançaram em março um nível recorde, indicou nesta quinta-feira o Instituto Oceânico e Atmosférico americano (NOAA) em um comunicado.

“Condições mais quentes que o normal dominaram a terra, especialmente no norte da África, no sul da Ásia e no Canadá”, afirmou o NOAA.

A temperatura média da superfície terrestre – que combina a da terra e a do mar – para março de 2010 foi a mais quente já registrada: 13,5 graus centígrados, o que equivale a 0,77 graus a mais que a média do século XX, 12,7 graus, indicou a instituição.

A temperatura média dos oceanos foi a mais quente para qualquer mês de março desde o início do registro, em 1880, enquanto que a temperatura global da superfície terrestre foi a quarta maior para março, garantiu o NOAA, citando uma análise do National Climate Data Center.

Acrescentou ainda que o período janeiro-março foi o mais quente registrado no planeta.

O NOAA destacou que ainda que o fenômeno do El Niño, que se caracteriza por temperaturas maiores que o normal em águas das regiões central e oriental do Pacífico tropical, “contribuiu de forma significativa para o aquecimento no cinturão tropical e na temperatura geral dos oceanos”.

Antártida contribui menos para a elevação do nível do mar

Uma nova estimativa põe o aumento máximo do nível dos oceanos, causado pelo colapso do manto de gelo da Antártida Ocidental, na marca de 3,2 metros e não mais de 5 metros, como se acreditava.

A pesquisa mais recente indica que essa enorme camada de gelo não deve desaparecer completamente, provocando danos menores ao degelar. O glaciologista Jonathan Bamber, da University of Bristol, na Inglaterra, e seus colegas fizeram um modelo do colapso do manto de gelo com base na possibilidade de uma determinada seção desaparecer completamente.

O trabalho sugere que somente irão desmoronar partes do manto de gelo que estão abaixo do nível do mar ou em encostas descendentes. Permanecerão no lugar as partes do manto localizadas acima do nível do mar ou em leitos rochosos inclinados para cima.

Se essa teoria se confirmar, o aumento máximo do nível do mar, no próximo século, seria de aproximadamente 81 centímetros, relataram os pesquisadores na Science.

Esses resultados não se referem ao desaparecimento de camadas de gelo em outros locais. A geleira Chacaltaya, na Bolívia, por exemplo, já derreteu completamente. E a Groenlândia, que contem gelo suficiente para elevar o nível do mar em 7 metros, está encolhendo. Mudanças podem ocorrer rapidamente. Corais fósseis e outros registros mostram elevações históricas no nível do mar de mais de 2 metros em apenas 50 anos.

Na Antártida Ocidental, o aquecimento mais rápido que o restante do continente e os efeitos gravitacionais provocados pelo desequilíbrio nas quantidades de gelo, que podem provocar mudanças na rotação da Terra, elevariam o nível do mar de São Paulo a Maceió em até uns 7 metros ─ os habitantes do litoral devem se preparar para um futuro bem pouco promissor.

Fontes: AFP e American Scientific