Uma obra que equilibra soluções construtivas de baixo impacto ambiental, é
barata, confortável, bonita e coerente com o entorno urbano. Basicamente é isso
o que pode tornar uma construção sustentável, acessível à população de baixa
renda - e certificada com o processo Aqua. Para visualizar este tipo de projeto,
profissionais da construção podem ir à Ambiental Expo (Feira Internacional de
Equipamentos e Soluções para o Meio Ambiente) até o dia 29 de abril no Pavilhão
de Exposições Anhembi, em São Paulo.
Chamado Casa Aqua, o projeto de habitação tem 40 m², custou R$ 40 mil e foi
projetado pelo arquiteto Rodrigo Mindlin Loeb em parceria com a Fundação
Vanzolini, a Leroy Merlin e a Inovatech. Ele integra vários sistemas e possui o
certificado Aqua, emitido pela Fundação Vanzolini.
Presente no Brasil desde 2007, a certificação requer o atendimento de 14
categorias que visam a boa qualidade e a coerência do projeto arquitetônico em
relação ao programa de necessidades e ao contexto sócio-econômico-ambiental e à
infraestrutura urbana do local. Por isso, para um edifício ou conjunto
habitacional conseguir a certificação, precisa cumprir itens que controlam,
inclusive, se há espaço na cozinha para os eletrodomésticos e se a pia e bancada
estão na altura correta.
Os materiais utilizados na Casa Aqua, segundo o engenheiro da Inovatech Luiz
Henrique Ferreira, um dos desenvolvedores do protótipo, atendem às exigências da
certificação, pois têm o poder de diminuir o impacto das construções no meio
ambiente e proporcionar mais conforto e bem estar ao usuário. "Na casa há
sistemas reais, já utilizados no Brasil, como o de reaproveitamento de água de
chuva, os equipamentos que reduzem o consumo de energia, a utilização de energia
solar e de produtos e materiais recicláveis. Unimos essas soluções numa casa e
pretendemos demonstrar que a preocupação com a sustentabilidade e a certificação
de um projeto não são necessariamente dispendiosos. Se o projeto for bem
executado e racionalizado, o custo da construção sustentável pode ser similar ao
de uma edificação convencional, sem aumento de custo de construção”, afirma.
Existem no Brasil outras certificações, como o LEED, realizado pelo Green
Building Council Brasil (GBC Brasil) com base no sistema do norte-americano US
Green Building Council, mas adaptado para as condições brasileiras. Atualmente o
GBC Brasil trabalha para propor um projeto de regionalização da certificação
LEED no Brasil.
Dezoito empreendimentos já aderiram à certificação Aqua. Segundo Bruno
Casagrande, da área de negócios da Fundação Vanzolini, os itens para a seleção
de futuros empreendimentos certificados são baseados em critérios de desempenho
e exigem também um sistema de gestão do empreendimento, a fim de controlar o
projeto em todas as fases, incluindo a avaliação por auditoria presencial. "O
certificado é emitido pela entidade em cada uma das três fases da construção
(programa, concepção e realização)", completa.
Fonte: UolCasa